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A Regularização fundiária, saúde e transporte estão entre as demandas de Brazlândia, deputados comentam

No primeiro dia do programa "Câmara nas Cidades" em Brazlândia, nesta quinta-feira (15), a sessão ordinária da Câmara Legislativa ...


No primeiro dia do programa "Câmara nas Cidades" em Brazlândia, nesta quinta-feira (15), a sessão ordinária da Câmara Legislativa foi suspensa para permitir a participação dos moradores da região administrativa. Mais de uma dezena de representantes se revezaram para apresentar demandas e reivindicações.


Na abertura da sessão itinerante, o presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), cumprimentou os moradores presentes e parabenizou Brazlândia por seus 90 anos. Na sequência, passou a presidência dos trabalhos para o deputado Iolando (MDB), morador da RA. 

“Esta é uma sessão emblemática, na minha casa, na minha cidade, onde nasci e cresci”, disse Iolando, ao abrir o microfone para a comunidade.

A primeira intervenção popular foi feita pela moradora Elza Caetano, que pediu recursos, por meio de emendas, para a construção da Casa Popular de Cultura no Parque Ecológico Veredinha. “Lutamos há mais de 20 anos por isso, que pode gerar trabalho, emprego e renda”, afirmou. Ela ressaltou, também, que, “em 90 anos, é a primeira vez que a cidade recebe a CLDF”.

Ronaldo Gonçalves usou o microfone, em seguida, para defender o engajamento dos distritais no processo de regularização fundiária das áreas rurais de Brazlândia. O representante da Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares do Assentamento Canaã (Asprafac) argumentou que a regularização vai melhorar o desempenho agrícola.

Essa mesma reivindicação foi feita por outras lideranças da RA. “Regularização fundiária não é só uma pauta, um pedido, é uma necessidade. Vai dar qualidade de vida e autonomia ao produtor”, apontou Jailton Nascimento.

O deputado Iolando lembrou que Brazlândia é um grande centro produtor de frutas, como morango e goiaba, e de hortaliças. Durante a sessão itinerante, moradores doaram cestas com alguns produtos locais para os deputados presentes.

Saúde

Outra demanda prioritária apresentada pela comunidade é a garantia de autonomia para o Hospital de Brazlândia. O morador Flávio da Silva reclamou da priorização, pela Secretaria de Saúde, do Hospital de Ceilândia em detrimento do de Brazlândia. Ambos integram a Superintendência Oeste de Saúde. “Precisamos desmembrar”, defendeu.

Ainda com relação à área de Saúde, a servidora da pasta e moradora de Brazlândia Eliana Nunes lamentou que, por Brazlândia não ser uma região muito populosa, muitas vezes não é priorizada. Ela pediu a reforma e ampliação do hospital, além da construção de unidades básicas de saúde (UBS) no Incra 7 e 8 e na Chapadinha. “Os projetos estão prontos, com dinheiro do Ministério da Saúde, mas é preciso querer fazer”, cobrou.

Por sua vez, David Nunes, do SOS Saúde Brazlândia, reclamou da falta de médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA): “A UPA de Brazlândia salvou a minha vida quando tive dengue e Covid; mas, se forem lá agora, não tem médico. Precisamos de mais médicos e de mais infraestrutura”. 

Transporte

Outra área alvo de reclamações foi o transporte público. “O transporte é caótico em Brazlândia. A comunidade cresceu, e a frota reduziu. Precisamos aumentar as linhas e renovar a frota de ônibus. Essa é uma questão prioritária para a cidade”, disse Eliene Rodrigues.

A pastora Débora Denise Santos Buril também abordou o assunto, reivindicando ônibus circular para a região de chácaras do Capãozinho. 

O morador Silvano Marques seguiu na mesma linha: “Precisamos de ônibus para a área rural. Há no Incra 8, mas precisamos ampliar”. 

Já Carmelita Dutra levantou a necessidade de recursos para implementar o projeto “Caminho da Escola” na área rural de Brazlândia. “Sofremos com poeira, ônibus quebrados e atoleiros em época de chuva”, destacou. Segundo informou, três escolas rurais (Bucanhão, Incra 7 e Torre) foram contempladas, mas ainda faltam recursos. “Espero que consigam ajudar”, insistiu.

Desenvolvimento econômico

A implantação do projeto de Áreas de Desenvolvimento Econômico (ADE) na RA foi defendida por Eva dos Anjos Santana, como forma de gerar emprego e renda na localidade. “Micro e pequenos empresários estão se espremendo em seus quintais e garagens para abrir seus negócios”, lamentou.

Mais uma vez, visando a produção agrícola, Reuse Sônia defendeu uma “patrulha” completa para a área rural. “Temos dificuldades de transportar adubo, por exemplo. Precisamos de tratores, grades de arar terra, para dar apoio aos produtores rurais”, afirmou.

Infância e adolescência

O morador Bruno Simão pediu a criação e instalação de um conselho tutelar na área rural de Brazlândia. “É a segunda maior área rural do DF, só perdemos para Planaltina”, argumentou. E completou: “Brazlândia é a capital do estupro infantil”. 

Cultura e lazer

Amadeus Morais falou em nome da “melhor idade”: “É preciso arrumar um local para nossos idosos terem o prazer de se movimentar, para não ficarem entrevados. Estamos dançando no meio da rua por falta de um local”.

A presidente do Conselho de Cultura de Brazlândia, Sônia Reis, cobrou, por sua vez, um espaço “com estrutura mínima” para o colegiado. “Tem dois anos e meio que pedimos isso”, reclamou. “Também precisamos valorizar os agentes culturais da nossa cidade nas festas que realizamos”, emendou. 

Já Renato Godói criticou a ausência de um cinema e um shopping na região: “Gastamos duas horas para chegar ao Plano. É preciso instalar algo atrativo aqui na nossa cidade”.

Apoio parlamentar

Após as falas dos moradores, a sessão foi retomada com pronunciamentos dos distritais. O deputado Jorge Vianna (PSD) observou que a Saúde é um “gargalo” em Brazlândia. “As RAs que fazem divisa com o Entorno são as que têm menos investimentos”, avaliou. “O Hospital de Brazlândia realizou metade do número de atendimentos de Ceilândia, com uma estrutura muito menor, por isso vocês estão sentindo essa deficiência de recursos”, concluiu.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) abordou vários assuntos levantados pela comunidade, mas priorizou a questão das emendas parlamentares para sanar as demandas: “Um método melhor do que as emendas é o orçamento participativo. Na hora de elaborar o orçamento, o governo ouviria o que vocês querem para a cidade de vocês”.

“As emendas parlamentares são importantíssimas, mas a disputa central tem de ser a do orçamento. E quem manda no orçamento é o governador. Por isso, nosso papel é fiscalizar o governador, é cobrar o que ele tem de fazer pela cidade”, reforçou o deputado Fábio Felix (PSOL).

O líder da Minoria na Casa, Gabriel Magno (PT), completou os argumentos dos colegas: “É fundamental reverter a lógica do orçamento. Quem deveria mandar no orçamento é a população do DF. Com orçamento participativo, é possível discutir as prioridades, e é com orçamento que a gente faz sair do papel as demandas que vocês apresentaram”.

O deputado Rogério Morro da Cruz (sem partido) destacou o pleito por regularização fundiária: “É bom para o morador e para o Estado, que começa a arrecadar”.

Ao se manifestar, a deputada Jaqueline Silva (MDB) reforçou o compromisso da Casa com Brazlândia: “Estamos aqui para ouvir e, dentro das nossas condições como parlamentares, trazer melhorias”. Ela endossou a importância de conselhos tutelares nas áreas rurais e defendeu estímulos aos produtores agrícolas.

Como presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana e militante da área, o deputado Max Maciel (PSOL) tratou da fiscalização realizada junto à empresa de ônibus São José, que atende Brazlândia. “Transporte é um direito e não mercadoria”, disse. E informou: “Pedimos o aumento de rotas em Brazlândia, circulares internos e mini-terminal de baldeação com linha expressa direta para o Plano Piloto. Não dá para uma única linha fazer três cidades: o usuário fica praticamente morando dentro do transporte público”.

Última a falar na sessão itinerante, a deputada Dayse Amarilio (PSB) comentou a situação da Saúde na RA: “Temos de entender a característica de Brazlândia para cuidar da Saúde. Visitei as UBS e é tudo longe”. A distrital falou também do potencial da localidade para o turismo, a cultura e o agronegócio e disse ser importante pensar em políticas públicas transversais.

Da redação com a fonte da Agência CLDF


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