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Produtores rurais aprendem a construir reservatórios em ferro solo cimento

Tecnologia alternativa e de baixo custo visa armazenar água da chuva para uso em irrigação Quinze produtores rurais do Assentamento Pinheira...


Tecnologia alternativa e de baixo custo visa armazenar água da chuva para uso em irrigação


Quinze produtores rurais do Assentamento Pinheiral, na Aguilhada, região de São Sebastião, concluíram nesta quarta (21) o curso de Produção de Reservatório em Ferro Solo Cimento,  promovido pela Emater-DF em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). As práticas do curso foram fundamentadas na dinâmica das comunidades rurais sustentáveis.

Técnica permite produção ativa tanto durante a seca quanto durante as chuvas | Foto: Divulgação/Emater-DF

No caso desse assentamento, a previsão é abastecer a irrigação da propriedade por um período de seis a sete meses, explicou o extensionista da Emater-DF José Gonçalves. “A construção desses reservatórios começou há alguns anos”, conta. “Escolhemos um local na propriedade que fique perto da casa e da cisterna; assim, é possível fazer captação da água da chuva e da cisterna também. Nosso objetivo é oferecer uma forma de o produtor começar a produzir algumas coisas até em nível comercial na época da chuva, e na seca poder formar uma horta para consumo familiar”. 

Sem impacto ambiental

Instrutor do curso, o professor Arnaldo Ribeiro Cerqueira Lima afirma que essa tecnologia permite construir reservatórios de água da chuva, cúpulas, domos e até bancos em aeroportos. “A técnica é amplamente usada, tem várias utilidades e consiste na aplicação da areia, do cimento e de telas de ferro numa espessura de 2 cm para paredes delgadas ou painéis delgados, que significam paredes finas e de alta resistência; do ponto de vista técnico, resiste a 30 MegaPascal (MPa), ou seja, a uma pressão de 305,9100 kgf/cm²”, explica.

A capacidade do reservatório é de 12 mil litros, ou seja, suporta até 12 toneladas de pressão da água. É construído em cima do solo, não causando impacto ao meio ambiente – assim, dispensa autorização dos órgãos ambientais. Segundo José Gonçalves, a tecnologia é simples e insere o produtor em um modelo sustentável.

Produção rural

“Isso representa uma grande obra, porque vai me servir em grandes coisas, como guardar a água que estava faltando, e agora acredito vou ter água por muito tempo”, comentou o produtor rural Antonio Pereira Rodrigues, que instalou em sua propriedade o primeiro reservatório com a tecnologia em ferro solo cimento do Assentamento Pinheiral. Antonio mora no local há 11 anos e produz feijão, milho, arroz, mandioca e frutíferas.

“Esse curso é uma surpresa, e quero fazer o que aprendi na minha propriedade para ter água sempre e não faltar mais – só assim vamos aumentar nossa plantação”, comentou a aluna Rosimeire Gonçalves da Silva, que mora com a mãe em uma propriedade de dois hectares onde cria galinhas e produz milho e quiabo.

No Assentamento 1º de Julho, também em São Sebastião, foi feita uma espécie de consórcio envolvendo dez produtores rurais, que a cada mês reuniam em cotas individuais o valor de R$ 2,2 mil para a construção de uma unidade do reservatório de ferro solo cimento em uma propriedade sorteada. Ao fim de dez meses, todos os produtores estavam com seus reservatórios construídos. Esse modelo será aplicado no Assentamento Pinheiral para beneficiar os participantes do curso.

Em agosto, a Emater-DF promoverá o seminário Comunidade Sustentáveis de São Sebastião, durante o qual serão tratadas propostas sobre a sustentabilidade da região. O curso é a uma das iniciativas que visam colocar São Sebastião como a cidade mais sustentável do DF, fazendo com que cada comunidade rural adote uma ou mais práticas sustentáveis, como a construção do reservatório ferro solo cimento, reservatório lonado, agrofloresta, produção orgânica, produção de óleos essenciais, produção de ervas medicinais e plantas comestíveis não convencionais (Pancs) e horta comunitária. A cidade já acolhe a Horta Girassol e o Centro de Práticas Sustentáveis, que contam com a assistência técnica da Emater-DF.

 

*Com informações da Emater-DF

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