O José Humberto é um Obstinado, estratégico, franco no diálogo e muito articulado. Não são precisas muitas palavras reunidas para definir co...
R&V: O senhor foi uma peça fundamental para a boa transcorrência de pelo menos duas transições significativas do governo do Distrito Federal, ambas em momentos muito importantes do país. Como começou seu trabalho à frente da Secretaria de Governo?
José Humberto: Colocando de uma forma muito clara, nós nos deparamos em uma situação complicada, no primeiro mandato do governador Ibaneis, por que os recursos eram muitos escassos e havia muito poucos projetos à disposição. Ora, o governo inerte, que não tem perspectiva, não gera expectativa, e também não motiva as pessoas responsáveis a assumirem uma posição de ação para fazer as coisas acontecerem. Cria-se por tanto um clima de estagnação, de pouca produtividade na gestão.
Claro, eu tive que pedir ajuda à sociedade civil organizada. Chamei o pessoal do Clube de Engenharia, do SINDUSCON-DF (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal) da ASBRACO (Associação Brasiliense de Construtores), do CAU-DF (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF) e CREA-DF (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF) e todos eles vieram. Em um primeiro momento a atuação desse grupo se dedicou à atualizar os projetos disponíveis, em seguida, passando a trabalhar em cima dos projetos prioritários, porque o primeiro “dever de casa” do governador foi pagar as contas, reequilibrar o orçamento e atingir um percentual de investimentos para poder tocar justamente esses empreendimentos que foram divisados pelo comitê. Nós precisávamos pôr fim à essa espiral de “governo autofágico”, que somente consome recursos e não gera capacidade de investimentos. Felizmente, nós conseguimos fazer isso acontecer.
R&V: O secretário tocou em um aspecto fundamental, que merece um melhor detalhamento: de nada adiantam boas intenções e vontade de fazer acontecer, se não há recursos disponíveis ou mesmo a possibilidade de captá-los. E isso está umbilicalmente associado à transparência, higidez fiscal, ajustes que mirem em eficiência do funcionalismo, entre outros.
José Humberto: Perfeitamente. É uma etapa essencial. E isto veio a reboque dentro dessa nova perspectiva, dessa nova forma de governar, um novo entrosamento entre a sociedade, e a equipe de governo. Foi aí que a gestão começou a negociar, pagar suas contas e ajustamentos em dia. E tivemos a felicidade do líder Ibaneis Rocha convocar para o seu time um conjunto de pessoas extremamente competente. No início, foi até um pouco “traumático”, por que as exigências eram muito grandes e a ansiedade de todos em “destravar” a gestão também.
Com o tempo, nós promovemos essa acomodação, e as coisas começaram a funcionar. Como? Atuando em um tripé. Com o primeiro suporte dele, sendo constituído por uma desburocratização, uma simplificação nos processos. O segundo, voltado à criar um ambiente seguro juridicamente. E o Terceiro, justamente, apresentar um plano de governo factível. Ambicioso, é verdade, mas exequível, de modo que pudéssemos garantir que tudo o que nele estivesse previsto, seria executado. Para isto nós criamos um sistema de acompanhamento, com cronologia e metas. Temos tudo monitorado, com planilhas onde constam todos os projetos, obras que estão ocorrendo, tudo atualizado em todos os estágios, em todas as fases. Projetos prontos, em licitação, em contratação, em andamento, concluído, paralisado ou suspenso.
Também não tem facilidade pra receber antecipado. É tudo rigorosamente dentro da programação. Então, essas obras são entregues e são fiscalizadas ao longo de seu desenvolvimento, com qualidade. Aliás todas elas têm fiscalização externa também, com empresas especificamente contratadas para isso. Esse é um trabalho que não é feito apenas pela nossa equipe, portanto.
Claro, o Ministério Público e Tribunal de Contas nos avaliam permanentemente também. Por outro lado, a sociedade em geral é muito participativa dentro da gestão, com canais que abrimos, pelas várias mídias, e-mail, Whatsapp, entre outros, para que a população faça suas demandas. É um instrumento importante, em que nós filtramos as que são mais pertinentes e avaliamos a possibilidade de fazê-las acontecer. Essas, em caso positivo, vão para um plano de execução, avançando à fase de anteprojeto, projeto, orçamento, e afinal vamos atrás dos recursos.
Da redação do Portal de Notícias
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