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Samu recebe homenagem por 19 anos no DF

 Samu recebe homenagem por 19 anos no DF Foto: Rinaldo Morelli/CLDF O deputado Jorge Vianna salientou que "o Samu representa a mão que ...

 Samu recebe homenagem por 19 anos no DF

Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

O deputado Jorge Vianna salientou que "o Samu representa a mão que é estendida ao cidadão no momento de maior desespero. No instante em que cada segundo importa e pode fazer a diferença entre a vida e morte

Em sessão solene realizada na manhã desta quinta-feira (15) a Câmara Legislativa do Distrito Federal celebrou os 19 anos do Serviço Móvel de Urgência (Samu/DF). O evento ocorreu por iniciativa do deputado Jorge Vianna (PSD) para homenagear os membros de um dos serviços mais respeitados e admirados do país.

O parlamentar presidiu o encontro vestido a caráter, com seu macacão azul do Samu, as devidas insígnias e brevês, reafirmando que a importância dos profissionais é inestimável tanto ao prestar socorro imediato à população, quanto ao integrar a estrutura dos serviços de urgência.

"O Samu representa a mão que é estendida ao cidadão no momento de maior desespero. No instante em que cada segundo importa e pode fazer a diferença entre a vida e morte. Celebrar o Samu e os profissionais que diariamente o tornam possível é celebrar a vida. Vocês criaram uma imagem para a sociedade de os heróis da saúde”, enalteceu o distrital.

Jorge Viana relembrou sua história no Samu. “Tenho um estreito vínculo pessoal com o Samu. Fui por anos um ‘samuzeiro’ raiz, atendi incontáveis ocorrências nas diversas cidades do DF. Tive o limite do profissionalismo testado em situações que chocariam qualquer ser humano, mas que exigem do Samu sangue frio e resiliência para manter a calma na hora de salvar vidas. Carrego o orgulho de ser um dos pioneiros no uso de motocicletas como veículos de salvamento e hoje o benefício do uso delas é amplamente reconhecido. Desde 2020, destinei quase R$ 8 milhões para o Samu em emendas, recursos usados para aquisição de motos, compra de uniformes e de milhares de equipamentos de proteção para os profissionais que lá atuam”, rememorou Vianna.

O distrital ainda recordou a apresentação do PL 757/2023, que dispõe sobre a Política de Mobilidade Aeromédica do Samu. “O projeto de lei é para que o Samu passe a contar com o nosso sonhado helicóptero, de modo que o serviço não dispenda mais do compartilhamento com outros órgãos, o que representará um incremento significativo na capacidade de resposta do Samu. Gostaria inclusive de pedir o apoio aos nobres parlamentares na aprovação da proposta”, conclamou o parlamentar. “Estamos apresentando outros projetos. Por exemplo, eu quero que a Secretaria de Saúde dê preferência para todos os servidores do Samu quando quiserem sair de lá e possam escolher o local onde queiram trabalhar. Seria uma gratidão que o Estado dá a vocês por essas feridas [físicas e psicológicas] que vocês têm”, relatou Vianna.
O deputado também registrou que o surgimento do serviço é um marco relevante. “O Samu é um marco na saúde pública brasileira. Ele nasce no ano 2000 como pilar da política nacional de atenção à urgência e às emergências e imediatamente supre o que até então era uma lacuna no SUS. O Samu conecta a população a uma central de emergências médicas que funciona 24 horas por dia e que atende pelo telefone 192”, disse o ouvidor da Câmara Legislativa.
Ligue 192
O serviço funciona ininterruptamente e realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas.
Já amplamente difundido, o número para atendimento de urgência do Samu teve no DF, entre 2020 e 2024, mais de 3,6 milhões de ligações acolhidas. Segundo informações do órgão, desde 2019 apenas no DF, foram aproximadamente 255 mil pacientes atendidos com ambulâncias, motos ou unidades de resgate aéreo, resultando em cerca de 175 atendimentos diários durante os últimos 4 anos.
Em cada ligação, o atendente tem uma média de 30 segundos para entender a situação e tomar as decisões necessárias. Além disso, os profissionais ainda têm que lidar com os trotes. São milhares de ligações enganosas por ano, ocupando o sistema e dificultando o trabalho.
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Elissandro Noronha dos Santos pediu conscientização das pessoas. “Tem que ser feito um trabalho com a população para que ela entenda que Samu não é táxi, não é atendimento de medicação oral. Samu é um atendimento que vai fazer a diferença entre a vida e a morte”, disse Elissandro.
Retrato do Samu
De acordo com informações da Secretaria de Saúde do DF, o Samu conta com 38 ambulâncias, sendo 30 no modelo Unidade de Suporte Básico (USB), além de 8 do tipo Unidade de Suporte Avançado (USA). O Samu/DF conta ainda com o helicóptero aeromédico, que presta serviço pré-hospitalar avançado. A frota também é composta por 20 motocicletas. Nos fins de semana, bicicletas fazem rondas no Zoológico e no Parque da Cidade, a fim de prestar rápido atendimento aos praticantes de atividade física desses locais.
Segundo Vianna, hoje 85% da população brasileira em 67% dos municípios é atendida pelo Samu. No DF, o Samu passou a funcionar em 2005 e atualmente o serviço está presente em todas as regiões administrativas. São mais de 800 servidores do Samu com equipes multiprofissionais que incluem médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, condutores socorristas, administradores, analistas de gestão e de assistência pública em saúde.
Diretora-substituta do Samu/DF, Vanessa Rocha afirmou que o serviço do DF ainda é o melhor do país. “A gente ainda é sim o melhor Samu do Brasil. Não é qualquer Samu que tem uma intra-óssea. Uma máscara laringe também não. Torniquete, todas as viaturas têm. E agora tem o macacão, que será em tecido ripstop. Pedimos um e assim que chegar o primeiro lote, já será encaminhado o segundo. Todos já receberam dois pares das botas. Hoje estamos com 23 bases descentralizadas e com projeto de mais descentralização”, defendeu Vanessa.


Servidor do Grupamento de Motociclistas de Atendimento de Urgência (Gemau), Fulvio Lavareda afirmou que o Samu vem evoluindo ao longo do tempo. “Há alguns meses estava no Plano Piloto e chegou uma ocorrência no Tororó do afogamento de uma criança de um ano. Chegamos no local e fizemos a diferença porque conseguimos chegar rápido e fazer todo o procedimento necessário para trazer a criança de volta para a família. Não seria possível chegar se não tivéssemos o equipamento novo, a moto nova e os EPIs [equipamentos de proteção individual] que foram essenciais”, contou o motociclista do Gemau.

A diretora-geral do Complexo Regulador em Saúde do DF, Maria Aurilene Gonçalves Pedroza, disse que o Samu é fundamental para a estrutura de saúde pública. “A gente não imagina mais a saúde do DF sem o Samu. Eu vivi a época antes do Samu e agora sabe o tanto que era difícil não ter o Samu. O deputado é nosso padrinho do Samu e destinou diversas emendas parlamentares. Saiu na semana passada o fechamento do contrato da compra dos macacões. A gente já começou a tirar as medidas para a confecção deles. Agora eles saem como nosso presente de aniversário. A secretaria agradece o serviço que vocês prestam diariamente à população”, destacou a representante da Secretaria de Saúde do DF.



Por sua vez, o diretor do Sindicato do Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Distrito Federal (Sindate/DF), Newton Batista abordou o treinamento constante dos integrantes do Samu. “Fui do Samu e todo o treinamento que recebi serviu para salvar vida. A nossa base de treinamento é o que precisa a cada dia ser fomentado, melhorado e principalmente ser buscado pelo próprio servidor. Isso reflete diretamente lá na ponta. Quando acontece algum problema, o servidor corre para o sindicato e o treinamento bem-feito pode evitar isso. Hoje vemos o alto índice de reanimações positivas e isso é devido ao treinamento que é exemplo para o Brasil”, afirmou Newton.

Já o ouvidor-geral do Conselho Federal de Enfermagem, Eduardo Fernando de Souza trouxe dados para mostrar a capilaridade do serviço. “O Brasil hoje conta com 192 centrais de regulação de urgência e emergência, 701 unidades de suporte avançado, 3.154 unidades de suporte básico e 2256 motos atuando no país. E 10% dessas motos estão no DF. São 21 aeronaves e 13 ‘ambulanchas’, muito pouco para o nosso país”, divulgou Eduardo.

Ao fim da solenidade, foram entregues moções de louvor pelos relevantes serviços prestados à sociedade do Distrito Federal.

Francisco Espínola - Agência CLDF

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